A questão da renovação das frotas é um elemento muito importante numa empresa, dado que é o cartão de entrada para que passe a contar nas suas fileiras com viaturas mais novas (logo mais económicas e ecológicas).

Todavia, uma acertada ou uma desinspirada decisão a respeito dos veículos a adquirir pode representar poupanças ou perdas de muito dinheiro, tanto no que concerne ao tipo de viatura escolhida, como relativamente às opções de financiamento pelas quais se opta.

Sendo uma decisão estratégica de grande impacto na tesouraria e na identidade corporativa de uma empresa, o “dossier” da renovação da frota deverá ser analisado com critério.

Auscultar o mercado: há sempre novidades

Mesmo no caso das firmas que possuem elementos dentro do organigrama da sua organização que têm por missão mais específica administrar as frotas, é aconselhável sempre auscultar o mercado, financeiras e gestoras de frotas.

Há sempre novidades, novos lançamentos de veículos, novas soluções de financiamento, campanhas promocionais, questões fiscais que se atualizam e enquadramento legal que tem de ser levado em linha de conta.

E depois há sempre outro dado que não é despiciente na decisão de renovar uma frota: a possibilidade do veículo poder também ser visto como uma bandeira da identidade da empresa e espelho da preocupação pela sustentabilidade e ambiente dessa firma.

Benefícios de um plano de renovação de frotas:

  • Redução de custos
  • Maior produtividade da frota
  • Controlo na utilização da frota
  • Vantagem fiscal

Por tudo isto para se definir um plano de renovação de frota há 6 elementos fundamentais a equacionar:

  1. Políticas de utilização
  2. Programas de manutenção
  3. Modelos de decisão de renovação
  4. Estrutura de custos
  5. Motivos fiscais
  6. Financiamento automóvel

1. Políticas de utilização

Para se definir uma política de renovação de frota, é necessário ter resposta para várias questões que nos digam, antes de mais, da pertinência ou não de se renovar o parque automóvel.

Essas questões andam à volta de tópicos como:

  • O automóvel está a ser usado para o propósito para o qual foi adquirido?
  • Se não está a cumprir esse propósito, porquê renovar?
  • Se a renovação for necessária, serão as características atuais adequadas à utilização?
  • Poderia um automóvel com outras características cumprir a função?
  • Existe alguma utilização secundária que o veículo tenha?

É também muito importante estabelecer métricas que nos encaminhem para o perfil de veículo que procuramos:

  • Anos de utilização
  • Custos totais
  • Consumo de combustível
  • Valor residual
  • Vantagens fiscais
  • ROI (Retorno sobre o Investimento) unitário
  • Renda mensal
  • Nº de viagens/dia
  • Quilómetros atuais

2. Programas de manutenção

A manutenção preventiva de uma frota é parte integrante em qualquer plano de renovação na medida em que, para além de ser garante de uma manutenção em bom estado dos automóveis da empresa, é uma oportunidade de controlar as métricas de consumo, quilómetros percorridos e estado geral do veículo.

Um plano de manutenção preventiva permite manter a frota operacional e fiável durante a utilização e a redução da globalidade dos custos de manutenção. Outros benefícios: garantir um melhor valor residual na altura da renovação do veículo e ter sob controlo o estado do automóvel, incluindo ao nível da sua quilometragem.

Ou seja, no momento da renovação da frota, é de todo aconselhável que se considere incluir um contrato de manutenção preventiva, juntamente com o financiamento automóvel.

Assim poderá assegurar de forma contínua e previsível o valor e a operacionalidade da frota (mesmo em caso de avarias, dada a possibilidade de inclusão de viaturas de substituição), bem como evitar surpresas inesperadas com desgaste de peças.

É uma forma de salvaguardar imprevistos.

3. Modelos de decisão de renovação

Os modelos de decisão representam os critérios que a empresa define para a renovação de um automóvel, considerando as políticas internas de utilização: idade, quilometragem, custos de manutenção.

Cada um destes critérios deve estar quantificado para que ao, se analisar viatura a viatura dentro da frota circulante, se chegue à conclusão de quais as unidades que já não têm condições (pelos tais critérios de idade, quilometragem e custos de manutenção e reparações) para continuar ao serviço.
As viaturas que excederem, pelo menos, duas políticas internas devem ser assinaladas.

Naturalmente que um modelo de decisão deve ser estabelecido tendo em consideração a finalidade a que se destina a viatura dentro da empresa, considerando variáveis como a zona geográfica, o tipo de distâncias percorridas ou a taxa de utilização.

O passo seguinte é estimar os custos de manter a frota atual por mais um ano e identificar as necessidades de mudança junto dos utilizadores.

4. Estrutura de custos

Uma das mais importantes considerações ao criar um plano de renovação de frotas tem a ver com o levantamento dos custos durante todo o ciclo de vida da sua frota. É o chamado TCO (“Total Cost of Ownership”) ou, em português, CTU (Custo Total de Utilização).

Do ponto de vista contabilístico, uma frota tem uma enorme variedade de custos para além do mais evidente custo de aquisição. E aqui é de toda a relevância solicitar dados, simulações e a assessoria dos especialistas existentes no mercado.

Para se ter uma ideia, alguns dos elementos a considerar no TCO de um contrato de Leasing contemplam custos iniciais (como entrada inicial, despesas de dossier, despesas de garantia ou Imposto de Selo), IVA do financiamento, custos associados ao Imposto Sobre Veículos (ISV), rendas/prestações mensais, custos de combustível, IVA do combustível e da manutenção caso não seja dedutível, Tributação Autónoma, valor residual, custos de manutenção, custos de investimento (retorno esperado por aplicação do capital) e seguro automóvel.

Contas mal feitas colocam em risco a racionalidade da escolha, pelo que este é um assunto que não deve ser encarado de ânimo leve.

Nesse contexto, o cálculo do ROI (Retorno sobre o Investimento), também designado de taxa de retorno de uma frota automóvel, é útil na gestão da frota operacional, bem como para veículos de equipas comerciais ou para transporte de mercadorias. Todos os custos associados devem ser considerados.

O ROI pode ser calculado através da fórmula:

ROI = ([lucros obtidos – investimento]/investimento)

Pode ser utilizado o cálculo do ROI para controlar a rentabilidade de cada automóvel na frota ou para projetar o retorno numa renovação por uma frota mais eficiente, que permita por exemplo, cumprir as mesmas tarefas com menos combustível ou com mais capacidade de carga.

Medir os ganhos ou perdas que um investimento pode acarretar é um instrumento de análise precioso para a tomada de decisões.

Calcular o ROI é relevante para saber, ao nível financeiro, se os investimentos a fazer com a renovação da frota automóvel irão promover lucros ou suscitar prejuízos na sua operação.

5. Motivos fiscais

O enquadramento fiscal é um aspeto incontornável da elaboração de todo o processo da renovação de uma frota: benefícios ou encargos fiscais com a utilização ou renovação devem estar no prato da balança.

Veja-se a questão das viaturas elétricas e híbridas plug-in, as quais usufruem, por exemplo, de um atrativo regime fiscal em sede de diferentes impostos, como ISV, IUC, IVA ou IRC. Uma empresa deve ter em conta estas variáveis para que a decisão a tomar seja a mais apropriada possível. Racionalmente, um EV ou um plug-in pode, perfeitamente, fazer sentido para uma empresa, sendo que cada caso é um caso.

6. Financiamento automóvel

Por fim, deverá comparar-se o TCO dos diferentes cenários (aquisição a pronto pagamento ou com recurso a financiamento via Leasing, contrato de locação ou renting) para se perceber quais as opções financeiramente mais rentáveis. Na maioria dos casos, o financiamento acaba por ser mesmo a opção mais acertada.

O tipo de financiamento automóvel que se escolher influencia ns ciclos de renovação da frota.

Regra geral, o crédito, o Leasing e o ALD não pressupõem limite de quilómetros ou de anos para a renovação. Em contrapartida, impõem uma monitorização mais detalhada dos custos da frota, bem como uma preocupação com o valor residual do veículo no final do contrato.

Por seu lado, o Renting (Aluguer Operacional de Veículos) implica um limite de quilometragem e de anos para a renovação da frota.

Na tabela em baixo, poderá encontrar um resumo comparativo entre os principais tipos de financiamento comercializados pela RCI Bank and Services, para frotas Renault ou Dacia.

Clique na tabela para ampliar a imagem:

 

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