Embora o mercado de viaturas elétricas ainda se possa considerar como um nicho em termos de vendas totais, o cenário está a alterar-se.
As vendas acumuladas dos últimos doze meses (até julho de 2019) atingiram 282.100 veículos de passageiros BEV novos, o que dá uma média mensal de 23.500 veículos.
Para se perceber, 24.000 BEV vendidos foi o registo de todo o ano, na Europa, em 2012.
O analista de mercado Schmidt Matthias refere que as matrículas de veículos BEV (Battery Electric Vehicles) nos últimos doze meses na Europa Ocidental (de agosto de 2018 a julho de 2019) alcançaram 2% do mercado total de ligeiros de passageiros.
Ou seja, a cada 50 carros novos vendidos no Velho Continente, um é 100% elétrico.
Nota-se uma descolagem
Estes 2% representam uma descolagem face à média que rondava o 1% até aqui.
No entender de Schmidt Matthias, há três fatores que permitiram que o mercado europeu se afastasse desse registo de pouco mais de 1% do mercado até ao terceiro trimestre do ano passado, para passar para o dobro das vendas em pouco mais de 12 meses
Um deles diz respeito à alteração fiscal ocorrida nos Países Baixos, elevando de 4% para 22% o benefício em imposto para todos os BEV, o que fez aumentar o apetite pelos modelos mais caros. O Jaguar i-Pace e os Tesla Model S e Model X foram os principais beneficiados, com o i-Pace a tornar-se no modelo mais vendido na Holanda no mês de dezembro, de acordo com dados da Dutch RAI Association.
Na leitura do analista Schmidt Matthias, os outros dois impulsos para as vendas de elétricos na Europa tiveram por trás o Tesla Model 3 (os dois primeiros trimestres das entregas europeias do carro aconteceram neste período de tempo considerado) e os novos modelos BEV da Hyundai e da Kia que também ajudaram o mercado a acelerar o seu ritmo.
A perspetiva de Schmidt Matthias é de que em 2020 os registos de BEV na região europeia podem atingir mais de meio milhão de unidades, o que equivalerá a 3,5% de participação no mercado total.
