Paris tinha decretado que os veículos mais antigos, com a vinheta “Crit’Air 5”, deixariam de poder entrar na “Cidade-Luz” e na periferia contígua a partir de 1 de julho deste ano.

Com a aproximação da data, muitos parisienses começam a ficar preocupados, na medida em que se estima que a somar aos 187 mil carros afetados (a gasolina, mas sobretudo a gasóleo), poderão vir a estar mais 800.000 viaturas, o número de automóveis que não possui o autocolante que a lei obriga afixar no para-brisas e sem o qual não poderão entrar em Paris.

Os visados serão carros Diesel registados pela primeira vez antes de 31 de dezembro de 2000 e veículos a gasolina anteriores a 1997.

Quem infringir a lei, incorre em coimas entre 68 e 135 euros.

A proibição total do Diesel em Paris acontecerá em 2024 e a interdição da gasolina será realidade até 2030.

Para classificar o parque automóvel, o ministério do Ambiente francês criou um barómetro com base nas normas anti-poluição Euro. Definiu seis tipos de etiquetas para colar nos para-brisas dos veículos. A vinheta “Crit’Air” 5, que está neste momento em causa com a interdição, compreende veículos Diesel Euro 2 (de 1 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000). Não elegíveis para a obtenção das vinhetas ambientais estão todos os veículos a gasolina e gasóleo matriculados antes de 31 de dezembro de 1996, tenham eles catalisador ou não.

A medida pretende reduzir a poluição do ar relacionada com as emissões dos veículos, havendo incentivos entre 3000 e 5000 euros para quem pretenda substituir o seu veículo Crit’Air 5 (ou nem sequer classificado) por um elétrico ou híbrido recarregável.

Zona de Baixa Emissão

Porém, muitos consideram escassos os apoios e que se trata de uma medida anti-social, por criar uma “metrópole com duas velocidades”, entre os mais abastados que podem trocar de carro e os mais modestos que terão que encontrar outras soluções para se deslocar.

Com a entrada em vigor desta medida criar-se-á uma Zona de Baixa Emissão que abrangerá 79 municípios de 131 localizados dentro do perímetro do anel formado pela autoestrada A86.

E esta medida terá uma inevitável continuidade com a proibição, em 2024, de todos os motores Diesel na Grande Paris, algo que se espera que acabe por reduzir para metade a poluição na região administrativa de Île-de-France.

Mas já a implementação desta primeira etapa, prevista para o verão de 2019, possibilitará diminuir em 3% o dióxido de nitrogénio (ou dióxido de azoto – NO2) e em 5% as partículas finas.

Em França, calcula-se que a poluição atmosférica esteja na origem de 48.000 mortes prematuras por ano (cifras de 2016), representando mais de dois anos de perda de esperança de vida.

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